quarta-feira, 11 de junho de 2008

A dura realidade da vida ou noistamofudidumesmo.

Dialogo que acompanhei.

Trainee (mocinha, 24 anos, fluente em dois idiomas, concluindo MBA em Management Business):

- Creio que terminando agora meu MBA, me sinto mais preparada para assumir mais responsabilidades e desafios, sei que é importante preencher as planilhas de Excel que ninguém analisa e ir às reuniões sobre o consumo crescente de palitos de dentes, mas acredito que para melhorar minha assertividade e contribuir com meu treinamento de capacitação gostaria de representar nossa área nos comitês de planejamento estratégico.

Gestor (engenheiro, 49 anos, segunda geração de sua família a andar sobre dois pés eretos):
- Sim... (ocupado navegando na internet, digo trabalhando) mas acho que não é isso que precisamos no momento, temos que estudar as prioridades... sabe... essas coisas... prioridades.. coisas que realmente precisamos.

Trainee:
-Como assim? O que poderia ser mais prioritário? Do quê realmente precisamos?

Gestor:
-Manja aquelas bolachinas novas de chocolate tipo cookies?

Conselho do Tio Aderbal:
“Corra criança. Corra o mais rápido que puder. Você ainda tem salvação, nós que aqui estamos só nós resta vergonha, choro, ranger de dentes e a feijoada quinzenal”.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Vai Pacheco, vai...ou ode aos meus sais de banho

Reunião hoje. Trilha sonora: "Os Trapalhões".

Gerentessauro (Mr. Burns child), aquela criança animada e motivadora com trinta e cinco anos de casa e saco na lua, tentando colocar ordem no pardieiro balbuciava o fim do universo e do Rio Grande.

Pomposo Bimbinha fazendo cara de mauzinho versão windows vista. O olhar de desdém dele lembrava o Clodovil ao vender aquela câmera digital ao lado de um “Chicago boy” com gel no cabelo no antigo programa matutino. Mudo, sentado de ladinho e perninha cruzada durante as três horas que durou aquele inferno.

Papagaio de Pirata de Gerentessauro, uma experiência mal-sucedida de cruzamento de pastor evangélico com Chihuahua tecendo comentários pertinentes a respeito da flexibilidade do rabo da largatixa, quiçá da durabilidade do casco da tartaruga.

Gordinho Injustiçado ria nervosamente olhando para o chão, acredito que tal comportamento se deva porque ele peidava anonimamente durante o delirium tremem da reunião.

Zé Rosquinha, mostrando seu valor e a que veio, demonstrou que a melhor ferramenta de administração inventada no século passado foi a família Office (Excell, Word e céus, o PowerPoint). - Esse negocio de arregaçar as mangas e ir a luta é tão primitivo. Né, Seu Darwin?

Enquanto isso a patuléia suava na fabrica, preenchendo as 437 páginas diárias do sistema de gestão e se desse tempo fazer um voluminho de produção, ignorando que no final deste dia seriam acrescentados mais 46 folhas na sua labuta diária, para finalmente ficar provado que a geral era a raiz de todo o mal e dor e portanto, estragavam qualquer apresentação de Powerpoint desses valorosos high-potetion.

Eu?

Mente e espírito em um dia ensolarado em Maresias...

– Mais uma cerveja aí faisfavor. Tsiiiiiiii

(Acredite criança, já lutei. Perdi por inferioridade numérica. Babacas se reproduzem indiscriminadamente por ai sem controle governamental, e convenhamos, todas as condições do mundo de hoje os favorecem).

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Tostines...

Não estou postando.... Tenho que decidir se aceito fazer aviões em São José dos Manos ou se continuo em Porto Alegre na Engenharia Terra de Teletubes.

Decisão difícil, se bem que xuxu tem ajudado bastante. Mas ir embora também significaria ter que deixar de atazanar Popozão Bimbinha (sodomita que trabalha na Engenharia Terra de Teletubes). Popozão faz parte do seleto grupo que desfruta de minha convivência diária, faz a linha bicha fina (escuta New Order, surfa com os miguxos e faz cara de mauzinho nas reuniões). Mas apesar da patolagem selvagem e liberação de brioco para a geral, gosto de Popozão, principalmente quando ele me olha com furor anal de “meu ódio será sua herança”. Esse ai quando sair do armário vai dar trabalho para o andar de cima.

Também sentiria saudades do baixo clero onde desfruto de duvidosa reputação como macho alfa e “engenheru dus bão”. Passamos aprazíveis finais de tardes no café comentando a respeito da manja-rolice e boilice gaúcha e paulista (nem todo gaúcho é viado, só não gosta de mulher).

Gosto daqui também. Como vocês sabem, os paulistas são venerados em outros estados de nossa federação. Dizem que somos quentes, pegadores e matadores. Já tinha pensando em abandonar a vida de engenheiro e me virar modelo fotográfico em Porto Alegre (a gauchada está querendo me pegar de porrada.Por favor, só não machuquem o meu rosto. Ajuda a ganhar meu ganha-pão).

Porem, morar em São Jose dos Manos, perto de Sampa também tem seus encantos, estar entre iguais, perto de um lugar mais cosmopolita, litoral norte, diversificado e dos parentes interesseiros (sou o primogênito de uma ninhada de três machos). Mas para tantas duvidas existem grandes verdades, o mundo não precisa de tanta gente feia, principalmente morando em São Paulo.

Acho que vou ficar, até porque é duro ter que provar novamente que venci na vida por meu talento e inteligência e não por ter um rosto e corpo bonito. Meu contrato aqui só vai até o ano que vem mesmo, quando irão me enxotar pra uma unidade nos states, aquele lugar de gente paranóica e obesa, onde poderei me empanturrar de muamba e o sonhado IPod (aceito encomendas).

Mas o problema maior é a vista que eu tenho do meu apartamento, como deixar essa vista? Aceito ser sodomizado pela proprietária (uma senhora de 196 anos), pago um absurdo de aluguel e aceitei um reajuste de 10 % para esse ano, somente pela vista...

Não tem preço nem posição social que valha a pena.
Concordam ?

Anestesia


Os velozes possuem sonâmbulos entre eles.
Os mortos também.


foto : Steve McCurry

Vida nova ou créu nivel cinco - deixando ser engenheiro.

"miguxos do trampo"

Ser engenheiro mecânico já encheu o saco, me serviu até aqui, já foi divertido passar noites do final de semana trabalhando pelo “prugresso” de pindorama. Conhecendo em profundidade a alma delicada dos mecânicos, eletricistas, soldadores e pedreiros. Gente divertida e sensível que carinhosamente se chamam entre si de miguxos e passam as insones madrugadas de trabalho em intermináveis elucubrações sobre o ultimo disco do Radiohead ou o livro da Adriane Galisteu.

No ônibus (joiado, privativo, ar condicionado, semi-leito e boquete garantido na poltrona 36 de um gremista da contabilidade que acha que é Fabio Bilica, nada desse cheira sovaco que a geral pega pra ir “pru trampu di busão”), tenho cerca de duas horas e meia livres por dia, que é trajeto de ida e volta pra Engenharia Terra de Teletubes. É esse tempo que uso para tecer loas e odisséias que irão inspirar nossos lideres mundiais e mudar os desígnios da humanidade.

Decidi agora por no papel esses roteiros de mini-séries supimpas pra negociar com os bozós das redes e tv gringa. Não vou escrever nada dessa porra de Gilmore Girls, Friends ou outra coisa fru-fru. Vou escrever coisa séria, sobre a grandeza humana e os conflitos que atormentam a alma dos porteiros, japoneses, gerentes de telemarkenting e a Opus Dei, não nessa ordem.

Sei que não existirá viva-alma para ler. Mas foda-se. Sempre escrevi como suporte a minha terapia do meu distúrbio bipolar psicotico-depressivo-megalômano, coisa “muderna” de quem foi coroinha e teve educação assistida por padres (ele tocou meu pipi!).

Aguardem crianças.

Barry Manilow Forever


No final da tarde de hoje, houve um motim na Engenharia Terra de Teletubes: queriam me matar.

Só porque estava tocando no Windows Media Player, há três horas ininterruptas Barry Manilow Greatest Hits.

Que se fodam, cambada de canalhas pobres.

Insensíveis!

(Óóóóóóóoóóh Maaaaaaandy)

Declaração do poeta a praça

- EU SOU EU E JACARÉ É UM BICHO.

Gritou o bêbado da calçada para todos dentro do bar da praça, deu um quarto de volta e saiu fulo da vida a se escorar pelas paredes.

Achei digno.

Negrinha - Monteiro "Joey" Lobato

Acabei de ler "Negrinha" de Monteiro Lobato, impossível para mim não fazer um paralelo com minha vida, uma espécie de efeito P. T. Barnum.

Não tenho uma relação boa com meus pais, alias não tenho relação alguma com meus pais. Mamãe aos catorze anos conheceu papai com dezesseis anos no sentido bíblico. Os hormônios em fúria desses dois adolescentes resultou na gravidez de mamãe causando espanto ao médico que proclamou "Uma criança gerando outra" no dia que nasci.

O casamento das crianças durou dez meses. Papai voltou a soltar pipas e jogar bolinha de gude, mamãe comprou sapatos, saia de chita nova, penteou os cabelos longos, amarrou com um laço vermelho, perfumou-se e foi para o jardim viver junto as entre cigarras mas trabalhando com as formigas.

Fiquei orfão aos cuidados de Dona Inácia, que dispensou cuidados e mimos semelhantes aos de Negrinha - tinha experiência centenária. Morri aos 10 meses e só nasci depois aos 14 anos, idade quase igual a de mamãe quando ganhou o mundo, mas eu ganhei asas e antes de pular no precipício resolvi me despedir de Dona Inácia.

Vivi então gloriosamente, lutei ao lado de piratas, durmi o sono dos heróis na relva verde dos campos, roubei frutas das maceiras mais altas do Éden, cavalguei a pêlo junto ao mar, colhia flores, gostava delas e esquecia-as. Escondido, levantava a saia das meninas e toda gente achava graça. Uma aventura.

Numa tarde fria de outono Dona Inácia me encontrou então com vinte três anos e casou-se comigo, dessa vez não morri, matou-me vagarosamente. Era um matar, matar, matar, matar e não morrer durante dez anos. Era a morte devagar. Depois de caminhar com os mortos nesse tempo, como Jesus ressuscitei aos trinta e três.

E finalmente conheci Papai e Mamãe. Mas eles não me conheciam. Voltei a andar com os piratas, durmir ao relento, comer e beber até o vigoroso arroto. Com os braços cruzados e mão no queixo, mamãe com cara de pesar suspira e diz:

- Não entendo, tanto zelo e cuidado de Dona Inácia na educação desse menino. Como pode?

Assim são minhas muitas suspeitas sobre educação.

Efeito guaraná


Chegou tarde. Na companhia de seis tequilas, uma dose de vodka com gim, tantas cervejas e duas amigas que riam nervosamente entre si demonstrando preocupação e falso pesar. Aquele fardo que acompanhavam carecia de cuidados e atenção constante, importunavam-nas, onde se viu comportar-se daquela maneira? Humpf!

Estava em estado alucinante, dançava suavemente de olhos fechados com a cabeça levemente jogada para trás, como sentisse a musica penetrando por seus poros, abraçando a todos que se aproximavam com um sorriso largo e os olhos semi-abertos. E assim ficou por quase toda a noite até que se sentou em uma cadeira, encostou a cabeça na mesa e ficou por um bom tempo. As duas carolas que acompanhavam se aproximaram, puseram-se de cócoras em volta da cadeira que estava. Tentaram em vão reanimar a pobre criatura, as perguntas pareciam mantras de tão repetitivas.

– Tu tá bem? Tu tá legal? Tu tá sentido algo? Fala.

Foi quando apareceu um sujeitinho do nada e resolveu por fim naquela situação. Estufou o peito e mandou em alto e bom som para todos verem que havia assumido o controle.

– Tu queres uma água? Óoo Garçom! Faisfavor traz um guaraná aqui.

Então aconteceu. Furiosamente se levantou derrubando a cadeira que estava, assumiu uma postura meio arqueada como se fosse atacar o sujeitinnho, de olhos bem abertos parecendo dois faroletes negros, com o dedo em riste apontado para o rosto do infeliz disse entre os dentes contraindo os lábios:

- JAMAIS! JAMAIS!

- GUARANÁ, NUNCA!

- JAMAIS EM TODA MINHA VIDA!

Catou o casaco, a chave do carro, olhou mais uma vez para o infeliz e para as pessoas surpresas ao seu redor, deu meia volta, marchou em minha direção e vociferou:

- E você! Não vem?

Atônito, só tive tempo de largar o copo no balcão, enxugar as duas palmas da mão na camisa e seguir dois passos logo atrás por precaução. O único pensamento que me veio a cabeça naquele instante foi “Ainda bem que é cartão de recarga, já pensou se tivesse que pegar fila pra pagar”

Cemitério


Decidi não me entristecer mais com a hipocrisia e mediocridade de algumas figuras, já faz algum tempo, e isso tem me feito muito bem. O segredo foi me ensinado por Jorge Amado em seu livro Navegação de Cabotagem.

Criei um cemitério sem covas, muros ou flores. Lá cavei valas rasas onde estão os meus desafetos, o clima é de tristeza e só há ranger de dentes, por conta disso só entro nele quando necessário.

Nesta tarde, enquanto passeava sem compromisso, eis que encontro um dos poucos mortos que lá estão. Se aproximou, cumprimentou-me, ABRAÇOU-ME , relembrou das aventuras passadas onde havia riso e confiança fraterna. Despediu-se com um sorriso reptiliano, cobrou-me por minha ausência, cada vez mais frequentes e seguiu seu caminho, feliz por por sua malandragem e falsa-camaradagem comigo.

Olhei para trás e o vi desaparecer entre as árvores do parque como uma alma-penada, e pensei o quão miserável era a condição do pobre diabo, ele ainda não sabe que é um morto-vivo, que jaz em uma vala rasa com duas pás de cal sobre o corpo inerte em decomposição neste triste cemitério.

Parada Gay 2008

É muita informação.

Esta semana em São Paulo teremos a Parada Gay, a Marcha para Jesus e a Parada Hetero que disputam qual será o maior publico. Afinal de contas, como contabilizar os que são ao mesmo tempo gays-evangélicos ou os heteros-evangélicos, fica muito difícil, os evangélicos também adotaram estratégias ambiguas que podem manipular as estatísticas, convocaram o Kaká, isso com certeza deve aumentar o publico Gay, isso entra na contagem ? Mas ninguém pode tirar o mérito do prefeito Kassab, a Parada Gay cresceu uma enormidade sob sua administração (morra de ciumes Marta).

Pessoalmente, estou em Porto Alegre, um frio do caralho e a cidade vazia (a Gol tava vendendo passagem pra sampa a 40 Reau!!!) fui tomar café na Listo da Padre Chagas, e era de cortar o coração quando cheguei vi uma bichinha (era mesmo, tinha 1,40 de altura) mas para ser politicamente correto irei chamar de pocket-gay, sozinha, desolada, olhando para o nada, suspirando e tomando um Frapuccino com dois metros de chantily em cima.... mundo cruel, pensei que deveria haver um bolsa-passagem, um Priscilão a preço de custo POA-SAMPA, mas o mundo moderno não perdoa os fracos, e como diz Madonna "Paradigma do negocio muda, né?"
Não se fala mais disso.

Cara, esse povo é enrolado....



Estou viciado em CNN ultimamente, tenho assistido em overdose para aprimorar o inglês, e não é que tá funcionando. To especialista em assuntos do Oriente Médio, que é só o que se fala por lá depois do rebaixamento do Corinthians e as eleições presidências americanas.

A confusão toda do mundo atual, acredito, se iniciou quando no final da segunda guerra mundial a Inglaterra cedeu a Palestina "Uma terra sem povo para um povo sem povo" para os judeus, tinha lá alguns milhões de palestinos, mas esse detalhe foi deixado pra ser tratado depois,e deu no que deu.

Fico pensando, em vez dessa guerra toda, deveriam fazer como os portugueses aqui no Brasil que se misturaram com índios negros e deu origem ao povo que hoje chamamos brasileiros. Judeus e Palestinos, fodam-se. A nova raça gerada talvez seje melhor e deixe esse mundo em paz para propósitos mais superiores onde poderemos azucrinar a vida da Britney Spears. Chega vou ver Alien X Predator II.

A arte de ser salsinha


As vezes me surprendo com minha habilidade de estragar relacionamentos. Tudo começa como manda o figurino, contato visual, conversa inteligente, seguido de dois ou três encontros (dependendo da presa) um sexo muito bom. Depois disso sinto uma força incontrolável dentro de mim de me afastar.

E ai começam-se os problemas, as pessoas se apegam facilmente, reconheço que tenho certo charme, mas como a maioria das pessoas e da torcida do Corinthias tenho meus desvios de carater, então no começo tento de maneira delicada e suave me afastar, o que geralmente não funciona, depois me ausento fugindo, o que é pior e não funciona, encurralado só me resta uma única opção que no final me faz sentir um trapo... Desperta dentro de mim o Cafajeste, uma versão piorada de Jece Valadão, mas para minha surpresa isso acaba surtindo o efeito contrário ao desejado.....

Mas nem sempre foi assim, quando eu caminhava entre os cordeiros e assistia comerciais de margarina, casei-me prematuramente. Minha irresponsabilidade gerou dois frutos, que hoje são minha razão de respirar e keep walking. Depois de doze anos minha pele de cordeiro se desgastou e caiu, apesa das tentativas de remendo, e hoje ando com os lobos, mas não entre eles.

Ganhei várias cicatrizes que em muitas noites ainda vertem sangue, mas que doem menos do que Antoine de Saint Exupéry escreveu "Você é responsável por aquilo que cativa". Somente depois que o trator passa, olho para trás e vejo a dimensão dos estragos que causei, me sinto como a pior criatura que já pisou aqui nessa terra, com exceção talvez, das pessoas que usam pochete com mocassim e meia branca.