segunda-feira, 9 de junho de 2008

A arte de ser salsinha


As vezes me surprendo com minha habilidade de estragar relacionamentos. Tudo começa como manda o figurino, contato visual, conversa inteligente, seguido de dois ou três encontros (dependendo da presa) um sexo muito bom. Depois disso sinto uma força incontrolável dentro de mim de me afastar.

E ai começam-se os problemas, as pessoas se apegam facilmente, reconheço que tenho certo charme, mas como a maioria das pessoas e da torcida do Corinthias tenho meus desvios de carater, então no começo tento de maneira delicada e suave me afastar, o que geralmente não funciona, depois me ausento fugindo, o que é pior e não funciona, encurralado só me resta uma única opção que no final me faz sentir um trapo... Desperta dentro de mim o Cafajeste, uma versão piorada de Jece Valadão, mas para minha surpresa isso acaba surtindo o efeito contrário ao desejado.....

Mas nem sempre foi assim, quando eu caminhava entre os cordeiros e assistia comerciais de margarina, casei-me prematuramente. Minha irresponsabilidade gerou dois frutos, que hoje são minha razão de respirar e keep walking. Depois de doze anos minha pele de cordeiro se desgastou e caiu, apesa das tentativas de remendo, e hoje ando com os lobos, mas não entre eles.

Ganhei várias cicatrizes que em muitas noites ainda vertem sangue, mas que doem menos do que Antoine de Saint Exupéry escreveu "Você é responsável por aquilo que cativa". Somente depois que o trator passa, olho para trás e vejo a dimensão dos estragos que causei, me sinto como a pior criatura que já pisou aqui nessa terra, com exceção talvez, das pessoas que usam pochete com mocassim e meia branca.

Nenhum comentário: