
Tio Aderbal, esta criança de 36 anos que vós teclas, numa tentativa de ficar menos
malacabado teve ontem seu dia de princesa. Fui num salão de estética masculina aqui em Porto Alegre chamado “Só para homens” (deveria chamar só para forasteiros) que fica na Felix da Cunha 665, Moinhos (um jabazinho). Cortei cabelo, fiz unha e sombracelhas, se o Gianecchini pode ser homem, porque diabos eu também não posso?
A tarde fui na academia para a malhação me divertir com os bad boys anabolizados que competiam comigo se exercitado com pesos 15 vezes maiores do que os meus, mas apesar desta demonstração de virilidade, são ligados em arquitetura, dormem pelados com seus primos e adoram um
"babado forte", seja lá o que é isso.
Passei no shopping comprei uma camisa do Mussum
(mussulmanis) que tanto procurava para uso em ocasiões especiais como encontros na embaixada americana e casamentos e segui para a casa de minha senhoria para o pagamento do aluguel e ver sua graciosa netinha de vinte anos (peitão, bundão, cinturinha e não fala – sussurra).
No decorrer do ultimo ano tenho pago o aluguel religiosamente em dia ou até antes, fato que contribuiu para que a minha senhoria (avó da Dercy Gonçalves) me trate com todos os préstimos e mimos possível. Enquanto contava lorotas e entoava loas a respeito do meu caráter e valorizava o cavalheirismo, dizendo que fui educado segundo as antigas e rígidas normas de etiqueta, coisa que a patuléia criada na informalidade atual ignora (assim como Tio Aderbal, só que engana bem!).
Tudo isso regado a cheiro de gente velha, chimarrão, chá de camomila e rosas vermelhas, bolo de fubá e a netinha sorrindo e sussurando para Tio Aderbal:
- Mais bolo de fubá?
Molhadinho, é claro.